Aproveitando a deixa do último post, deixo de presente uma apresentação da Elena Tonra e seu Ex:Re da melhor canção de seu disco homônimo lançado esse ano: “Dazzler”, onde a narradora descreve as sensações da solidão em um quarto de hotel.
Os idiotas estão dominando o mundo ou eu que estou ficando rabugento cedo demais?
Repetindo os versos de Noel Gallagher, “estou desmoronando ou apenas ficando velho?”
Afinal, por que os homens viram completos idiotas quando se tornam pais? Cada vez mais tenho notado um comportamento…. digamos, imbecil quando esses interagem com seus filhos. Um exemplo bem nítido são as chamadas de vídeo com as crianças que, muitas vezes, nem têm noção do que está acontecendo, e o pai bobalhão fica fazendo voz fina e caras e bocas que até assustam.
Mais cedo no mercado, o segurança do local estava fazendo isso, perguntando ao filho como ele se machucou, se doeu, e depois um pedido que foi a gota d’água e que quase me matou de vergonha: “conta para o papai como foi que você chorou”. Nesse momento, vi que o mundo não tem mais salvação.
Fat Mike estava certo em 2003 e sua razão se concretizou por completo em 2019.
Na sexta-feira da próxima semana chega ao mundo leaving meaning, o décimo-quinto álbum de estúdio do Swans, uma das bandas mais devastadoras (emocionalmente falando) que descobri esse ano.
Até o exato momento, conhecemos somente dois pedaços do disco: “It’s Coming It’s Real” e “The Hanging Man”, ambas com um ar fantasmagórico e angustiante. Destaco o jogo percussivo da segunda, bem interessante mesmo.
Já faz um bom tempo que carrego comigo o lema don’t believe the hype quando deparo-me com noticiários exaustivos a respeito de algum artista, filme, jogo ou qualquer outro produto/obra de arte.
Porém, em outubro de 2019, terei que discordar do Public Enemy ao afirmar: acredite SIM no hype que rodeia o “filme do Coringa”.
Joker é tudo isso e mais um pouco. É um daqueles filmes que o espectador não digere em poucos dias. Ele vai, aos poucos, sendo absorvido, e cada nova análise, cada novo texto lido, cada vídeo assistido sobre e qualquer material que disserte sobre a película rende um ponto de vista diferente em relação à anterior. É uma obra muito ampla e que ultrapassa a linha de lateralidade que assola o nosso país.
Sobre a atuação de Phoenix, é chover no molhado dizer que é a melhor de sua carreira, e até mesmo a melhor da década. Vencer um Oscar ainda seria pouco para glorificá-lo.
Em meu gosto particular, a melhor canção do clássico disco da banana do Velvet Underground com a Nico chama-se “Venus In Furs“. Cada arranhão que aquele violino solta durante a canção é um pelo que se arrepia em meu corpo.
Por curiosidade, pesquisei no Youtube por alguma versão cover da música (para ver se eu conseguia tirar ela para tocar) e me surpreendi com a quantidade de artistas que a regravaram. Da versão meio club do Dave Navarro (a única que eu conhecia), passando pelo trap e até pelo stoner rock, deixo abaixo algumas para o leitor conferir.
Já faz um bom tempo que o Placebo não lança algo relevante em sua discografia. Da estreia em 1996 até Sleeping With Ghosts (2003), foram quatro ótimos álbuns, incluindo o clássico e insuperável Without You I’m Nothing (1998). Porém, desde então, nada mais relevante saiu do forno do projeto de Brian Molko e Stefan Olsdal (mais algum baterista).
Nesse tempo, foram três discos medianos, dois EP’s, um álbum de covers e registros ao vivo. Considerando apenas esse material instável e bem abaixo da média, retiro um curto trabalho solto em 2012 e que merece uma atenção diferenciada: o EP B3.
São apenas cinco faixas (uma dela é um cover) e que resgatam o brilho tanto instrumental quanto lirista da banda. Molko abre o seu coração e expõe suas angústias como poucos artistas o fazem, vide canções como “The Extra” e a faixa-título, essa última no famoso esquema de versos calmos e refrão mais vibrante.
Mas o grande destaque do EP é “I Know Where You Live”, que em seu último minuto ganha uma explosão de cordas distorcidas e uma bateria muito forte, em um space rock capaz de levar o ouvinte para fora de si durante a audição.
Não vejo notícias da banda há algum tempo, e mesmo sem a confirmação, parece que os caras estão dando um tempo. Que esse tempo sirva para que Molko coloque as ideias de forma organizada (ou não) e que um novo trabalho saia em breve. Até o Tool já saiu da fila…
Desculpem o sensacionalismo do título, mas o acontecimento exige tal descrição.
Em mais uma versão do Rock In Rio, cada vez mais infestado de pseudo-artistas para compor elenco, dinossauros que já não têm mais relevância alguma (sério, quem vai num trem desses para ver Detonautas? Raimundos com CPM 22? Enfim…) e um público mais preocupado em posar para a foto que irá para a rede social do que aproveitar o evento, vimos um momento realmente interessante: o encontro do Tenacious D com o baixista brasileiro Júnior Groovador.
Quem imaginaria ver, em um palco, Jack Black, Kyle Gass e cia + Júnior Groovador tocando Smells Like Teen Spirit em uma versão de FORRÓ? Só vendo para acreditar.
Em tempos, o momento mais divertido e marcante do festival. Depois dessa, a humanidade não tem mais para onde evoluir. Esse foi o seu ápice.