Em 1995, Chico e a Nação Zumbi atravessaram o oceano rumo ao Festival de Montreux, na Suíça, um dos mais tradicionais e prestigiados de todo o planeta. E na hora de tocar “Da Lama Ao Caos”, o mundo veio abaixo.
Após uma breve introdução com a instrumental “Lixo do Mangue”, percussão e guitarra entraram em uma sintonia pesada, como se um vulcão tivesse anunciando sua erupção. De repente, o grupo tomou conta do palco como poucos, deixando os gringos em transe.
Autenticidade, fator que anda tão escasso na classe artística mainstream brasileira, transbordava em Chico Science.
Se sua música atravessou a lama e chegou à selva de pedra há décadas, hoje, ela bate de frente em um rígido muro invisível que assombra o Brasil: o caos. É só dar atenção às suas letras. Parece que foram feitas ontem.